Centrais sindicais apresentam ao governo proposta de valorização do salário mínimo

Centrais sindicais apresentaram ao governo Lula uma proposta para valorização do salário mínimo. O pedido envolve a recomposição da política implementada pelo governo Bolsonaro, quando não teve reajuste acima da inflação.

A reunião realizada recentemente em Brasília é a primeira de um grupo de trabalho criado pelo governo federal para definir uma nova política de aumento real do salário mínimo.

Para 2024, as centrais sindicais propõem que o salário seja reajustado pelo INPC acumulado em 2023, somado ao crescimento do PIB em 2022, de 2,9%, acrescido de mais 2,4%. Esse último valor equivaleria ao valor do crescimento médio do PIB dos últimos 30 anos. Já em 2025 e 2026, seria aplicada a mesma fórmula.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, há um consenso com os sindicatos de que é preciso fortalecer o mínimo, mas o governo precisa encaixar a proposta no novo arcabouço fiscal.

O sociólogo Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, explica que a valorização do salário mínimo é fundamental para o crescimento do Brasil. Ele destaca que é preciso fomentar a economia de baixo para cima.

“O debate ainda está se iniciando. O governo sinalizou uma reunião daqui 15 dias, mas as expectativas são boas para o aumento do mínimo. As centrais sindicais apresentaram uma proposta bastante positiva porque precisamos recuperar aquilo que deveria ter sido aplicado no governo Bolsonaro, que simplesmente ficou abandonado. A valorização do mínimo tem a ver com o embate que estamos travando com o Banco Central. Ou seja, você tem uma meta da inflação, mas é importante que você tenha uma meta de crescimento e de valorização do salário. O mínimo precisa voltar a crescer nos próximos anos, isso nunca deveria ter sido interrompido desde a sua criação”, disse.

De acordo com a proposta das centrais sindicais, entre 2027 e 2053, após o governo Lula, as centrais sindicais sugerem que o salário mínimo seja estabelecido a partir da variação da inflação anual, somado a média de crescimento do PIB dos dois anos anteriores, mas estabelecendo um piso de reajuste de 2,4%. A proposta apresentada, portanto, não se trata de um projeto apenas para o atual governo e sim um projeto de estado, que tem como objetivo induz o crescimento do mercado consumidor interno, fortalecendo a economia e reduzindo a desigualdade no país.

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