CINEMAS DE RUA RESISTEM À VERTICALIZAÇÃO DE SÃO PAULO.

Reportagem: Caroline Rossetto

Nas décadas de 1950 e 1960, a cidade de São Paulo, no atual Centro Novo, viveu um “boom”, concentrando um grande número de salas de cinema. Nessa época, a região ficou conhecida como Cinelândia Paulista. Conforme a cidade foi se desenvolvendo, o número da população aumentou, Hollywood se consolidou e a chegadas dos shoppings na cidade, garantindo a segurança da população, os cinemas de rua se viram obrigados a encerrar as suas atividades.

Durante muitos anos, espaços como esses se tornaram esquecidos pelo grande público. Mas, alguns cinemas resistiram à verticalização da cidade e seguem funcionando. O comportamento da sociedade também mudou, principalmente pós-pandemia. Com os valores abusivos de cinemas de shopping, filas gigantes e comportamentos inadequados, muitos estão preferindo espaços alternativos na hora de curtir um bom filme.

É o caso do terapeuta Jorge Lira, que prefere ir a um cinema de rua:

“Sim, eu frequento. Cinema de rua para mim, é muito melhor do que shopping, por causa da diferença do cinema. Eu não tenho outro tipo de estímulo. Eu estou indo somente para o cinema, não estou indo ao shopping para ver outras coisas, além disso, o cinema de rua tem uma curadoria diferente do que o de shopping, que normalmente tem uma temática mais comercial, que é totalmente diferente do que eu busco, que é cinema de arte e alternativo. E o comportamento muda também, eu vejo, por exemplo, quem vai no de rua, gosta muito de cinema de shopping, não generalizando, mas tem uma proposta mais de diversão de ficar com a família, com as crianças e quem precisa de uma experiência mais silenciosa, de curtir o filme e tal, vai para esses locais.

No passado, existiam cerca de 160 salas de cinema espalhadas pela capital. Atualmente, são menos de 50. Espaços como o Belas Artes e o antigo Itaú Augusta ainda resistem no coração pulsante de São Paulo.

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