Câmeras no uniforme de policiais de SP reduzem a letalidade em 62,7%
- forumfdc
- Jun 3, 2023
- 3 min read
Pesquisa mostra que a adoção do equipamento também reduziu acusações de
casos envolvendo corrupção por policiais.
Estudo apontou que o uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares é uma
ação que deve ser mantida pelo Governador.
Depois que a Polícia Militar de São Paulo passou a adotar câmeras corporais
portáteis nos uniformes dos agentes, a letalidade provocada por policiais em serviço
caiu 62,7% no Estado. Passou de 697 mortes em 2019 para 260 em 2022..
É o que diz a pesquisa “As Câmeras Corporais na Polícia Militar do Estado de São
Paulo: Processo de Implementação e Impacto nas Mortes de Adolescentes”,
realizada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o FBSP (Fórum
Brasileiro de Segurança Pública).
Segundo o estudo, o número de mortes durante ações policiais vem caindo desde
2019, principalmente nos 62 batalhões que passaram a adotar as COPs (câmeras
operacionais portáteis) em sua rotina, o que demonstra que o uso do instrumento
tem sido positivo.
Enquanto nesses batalhões a queda foi de 76,2% entre 2019 e 2022, naqueles onde
o dispositivo não é utilizado (73 batalhões), a redução na letalidade policial foi de
apenas 33,3% no período.
Com as câmeras corporais, houve também diminuição no total de adolescentes
mortos em intervenções de policiais militares em serviço. Em 2019, antes de o
dispositivo entrar em ação, 102 adolescentes morreram no Estado de São Paulo
depois de intervenções policiais. Já em 2022, esse número passou para 34, uma
queda de 66,7%.
As câmeras operacionais portáteis, conhecidas como câmeras corporais,
começaram a ser utilizadas pela Polícia Militar paulista em 2020. As câmeras de
lapela são fixadas nos uniformes dos policiais para que as ações nas ruas sejam
monitoradas. O objetivo do governo estadual ao instalá-las nos uniformes foi buscar
reduzir a violência policial.
Benedito morador da comunidade diz que seus amigos sofreram abordagem
violenta militar e foram intimidados para não recorrer à justiça. Ele acha que agora a
população periférica e principalmente negra terá mais proteção: “é ótimo porque
evita muitas coisas que os policiais faziam oculto que a gente não via, né?
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) realizou estudo anterior, divulgado no fim de
2022, que demonstrava queda na letalidade policial após a utilização dos
equipamentos. Segundo a pesquisa, o uso das câmeras evitou 104 mortes de
janeiro de 2019 a julho de 2022. Teve um impacto positivo ao ajudar a recuar em
57% as mortes decorrentes de ações policiais no período.
O governo eleito Tarcísio de Freitas (republicanos), no início de 2023, cogitou
reavaliar o uso do equipamento. Em entrevista a uma rádio do interior paulista em
janeiro, logo depois de assumir o cargo, o secretário estadual de Segurança Pública
de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que iria rever o uso de câmeras por policiais.
A fala de ambos causou preocupação no governo federal, que soltou nota para
defender o uso do equipamento.
O governador de São Paulo, no dia seguinte a essa entrevista, negou que as
câmeras seriam retiradas. “Nesse 1º momento, nada muda, não vamos alterar nada.
Ao longo do tempo, vamos observar e reavaliar, o que faremos com qualquer outra
política”, disse o governador, à época.
O secretário mudou de ideia, alguns dias depois, disse que as câmeras não seriam
mais retiradas, mas que estudava expandir o seu uso para outras funcionalidades,
tais como para fazer leitura de placas roubadas em veículos e georreferenciamento.
A Central de Notícias da Rádio INTEIRA AÇÃO é uma iniciativa do Projeto Lady Leste Glória Groove. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Agência Brasil / Governo SP
Imagens: Márcia Brasil/ Redes Sociais

Comments