Especialista explica o que é racismo ambiental e de que forma ele impacta populações mais vulneráveis

Por Nahama Nunes

O termo racismo ambiental ganhou destaque nos últimos dias, com as enchentes que afetaram diversas cidades do Brasil. Em São Paulo, somente neste último final de semana, os temporais causaram quatro mortes e mais de 500 pessoas estão desabrigadas, principalmente no interior paulista.

Diante de um cenário trágico, a expressão racismo ambiental é usada para explicar o impacto desigual das fortes chuvas sobre a população.

O professor Wagner Ribeiro, do Departamento de Geografia da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental, explica que o conceito surgiu nos Estados Unidos, na década de 80, e é usado para ilustrar como a degradação e catástrofes ambientais, a exemplo de enchentes, secas, contaminação, impactam de forma mais severa as populações das periferias".

“O termo surgiu nos EUA a partir da contaminação química, depois a ideia passou também para outras situações, envolvendo população em vulnerabilidade social. Esse é um quadro que, infelizmente, está presente no Brasil. No caso do município de São Paulo, essa situação é muito clara com as populações que vivem nas áreas de riscos, sujeitas a enchentes e alagamentos. Estimativas apontam que 2 milhões de habitantes vivem hoje nessa situação, enfrentando, a cada período de chuvas, o medo de perdas materiais e muitas vezes de vida também”, disse.

Depois fortes chuvas atingirem a Grande SP e provocarem enchentes e quedas de árvores neste mês de janeiro, a Região Metropolitana e a maior parte do território paulista saíram da lista de locais com alerta para chuvas e ventos fortes nos próximos dias.

Segundo boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para a capital paulista e cidades vizinhas é de "muitas nuvens com pancadas de chuvas isoladas", e temperaturas que devem variar entre 16°C e 29°C nos próximos dias.

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