Moradores da zona leste recebem ampliação de rede de controle de enchentes na região de Aricanduva
- forumfdc
- Apr 8, 2022
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Updated: May 20, 2022
No dia 15 de março, o piscinão Taboão, localizado na bacia do Aricanduva, foi entregue pela prefeitura de São Paulo.
A obra faz parte dos investimentos contínuos no combate às enchentes que chegam a R$ 2,4 bilhões desde 2018. Somente em 2021, foram empenhados R$ 767,8 milhões, superando em mais de R$ 3 milhões o que era previsto.
Famílias da zona leste, castigadas pelas fortes chuvas, esperam um resultado satisfatório. Na última semana, um jovem morador do Jardim Iguatemi, que estava desaparecido desde o dia 12 de março, morreu na enchente. Segundo o corpo de bombeiros, o jovem foi encontrado sem vida após ser arrastado pela correnteza do piscinão do córrego Aricanduva.
Seu Nivaldo, morador e açougueiro no Aricanduva, disse que já sofreu muito na região e que as comportas colocadas na frente de sua loja não contêm enchentes: “mesmo com as portas fechadas a água entra e a gente não consegue evitar, aí gera prejuízo, queima equipamento. A gente tem uma preocupação muito grande, a gente trabalha com gênero alimentício, isso pode provocar sérios problemas para a gente”.
O reservatório do Taboão, localizado na esquina das avenidas Aricanduva e Mazzaropi, teve suas obras iniciadas em setembro de 2019 e finalizadas no começo deste mês e beneficiará 268 mil pessoas na região dos bairros Jardim Aricanduva, Jardim Vila Formosa e Parque Maria Luiza.
A obra é uma parceria da Prefeitura de São Paulo com o governo federal, no valor total de R$ 51,6 milhões sendo R$ 36,1 milhões da União e gerou 149 empregos diretos, fazem parte do Lote 2 de intervenções para a bacia do Aricanduva, como parte do Programa de Metas, de 2021, com o planejamento e definição de áreas e detalhamentos.
Com capacidade para armazenar até 188 mil m³ de água, o equivalente a mais de 75 piscinas olímpicas, o piscinão funcionará com sete bombas hidráulicas que fazem o escoamento do reservatório. Operando em conjunto, elas retiram até 3.150 litros de água por segundo de dentro do piscinão. Juntos, os novos equipamentos possuem capacidade para armazenar até 15 mil metros cúbicos de água.
A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) Siurb trabalha nos projetos e licitações de outras obras de reservatórios. A previsão é que sejam investidos pelo menos R$ 755 milhões na construção destes 15 novos reservatórios que, juntos, poderão armazenar até 1,5 milhão de m³ de água.
Segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE-SP), choveu em 14 dias, sendo que a média de dias de chuva de acordo com o histórico é de 21 dias, 193,4mm, o que corresponde a 10,4% acima da média esperada para o mês que é de 175,2mm. O reservatório do Taboão vai beneficiar a região na qual as enchentes chegaram a 1,5 metro de altura. De acordo com a prefeitura, são desenvolvidas diversas ações de combate às enchentes e alagamentos. A construção de reservatórios é uma delas, além de obras emergenciais e manutenções do sistema de drenagem na cidade que ocorrem periodicamente na macro e micro, garantindo o funcionamento, assim como proteção na contenção de encostas e estabilização de terrenos, especialmente em áreas de risco, além da limpeza e manutenção de galerias e piscinões. As ações ocorrem o ano inteiro para minimizar os impactos que as fortes chuvas podem causar. Todas as equipes de limpeza, remoção e zeladoria são mobilizadas para realizar os serviços necessários, a fim de diminuir os transtornos. Quando há necessidade, são usados caminhões hidrojatos para diminuir pontos de alagamento. A Secretaria Municipal das Subprefeituras informa que realiza serviços de zeladoria em prevenção às enchentes, como conservação de galerias, limpeza com hidrojato (microdrenagem), limpeza de córregos e piscinão. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram limpos mais de 50 mil metros de galerias, mais de 80 mil metros de ramais, 18.100 bocas de lobo, além de poços de visita e 1.427.392,93 m² de margens de córregos. A limpeza de piscinões resultou na retirada de 38.672,20 toneladas de detritos, em uma extensão de 305.686,37 m². Mais de 24 mil árvores foram podadas ou removidas. Um sistema de telemonitoramento é usado como ferramenta para a realização da limpeza, manutenção e desassoreamento de 39 piscinões da cidade. No primeiro bimestre de 2021, foram retiradas 38.672,20 toneladas de detritos nas ações de limpeza. Um sistema inédito de monitoramento está em pleno funcionamento em piscinões e túneis da cidade. A rede centraliza o acompanhamento de chuvas, drenagem, operação dos reservatórios e escoamento da água. Por meio da rede de telemetria e telemonitoramento, é possível acompanhar o nível e vazão da água, e o funcionamento das motobombas (responsáveis pelo escoamento), com sensores instalados nos piscinões e túneis. Além disso, o sistema emite alertas em caso de queda de energia, obstrução e falha mecânica. No caso dos túneis, é possível, também, monitorar o nível de CO2 acumulado. Com essas informações, um centro de controle operacional instalado dentro da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) realiza o acompanhamento à distância e consegue viabilizar ações emergenciais, como limpeza e reparos de equipamentos de drenagem. Até pouco tempo, os piscinões eram operados individualmente pelas subprefeituras, no local e de forma manual. Agora, as bombas controladas remotamente podem ser ligadas e desligadas conforme a necessidade, e na hipótese de queda de energia, geradores são acionados também à distância. Fonte: Prefeitura de São Paulo

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