Na zona leste, viadutos e pontes têm plantas enraizadas, desgastes, sujeira, buracos e infiltrações
- forumfdc
- Apr 18, 2022
- 3 min read
Updated: May 20, 2022
Especialistas dizem que as raízes podem agravar um problema de destacamento de concreto, com a falta de manutenção em pontes e viadutos, os riscos para pedestres e veículos são bem maiores.
Segundo especialistas do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os problemas encontrados como plantas enraizadas aumentam as infiltrações de água de chuva com os buracos na estrutura que desgastam o concreto e deixam cabos de aço expostos.
Os riscos de acidentes de veículos são muito maiores, pois a estrutura abandonada onde aparecem buracos e fendas podem causar colisões e até quedas de veículo da altura de pontes e viadutos.
Em pontes no Tatuapé, Penha, Vila Matilde há plantas crescendo. No viaduto
Bresser, uma das pontes mais movimentadas da Radial Leste, há evidências de falta de cuidado, onde as plantas até criaram raízes na estrutura, em toda a extensão tem buracos.
Uma das estruturas viárias mais comentadas nos noticiários diários de rádio e tv, sobre problemas de trânsito, o Viaduto Engenheiro Alberto Badra tem tráfego
intenso de veículos e caminhões que sofrem com congestionamento na região leste.
O viaduto conhecido também como Ponte Aricanduva corta a marginal Tietê e faz a ligação da Rodovia Fernão Dias com a Avenida Aricanduva. Sua engenharia comporta as alças de acesso como um dos mais importantes e movimentados na região metropolitana de São Paulo.
A vegetação enraizada no concreto no Viaduto Aricanduva, visto por toda sua estrutura, é um sinal de descaso que parece um jardim suspenso, afirmam técnicos.
Para engenheiros da ABNT, as sementes das plantas chegam aos locais com ajuda do vento e conseguem brotar no concreto por causa da umidade. A manutenção, segundo eles, é importante para não deixar elas criarem raízes.
Essas raízes podem agravar um problema de destacamento de concreto. Esse concreto pode cair em cima de pessoas e carros. E, no caso de cair na junta de dilatação, podem impedir o movimento da junta da estrutura e, com isso, prejudicar o funcionamento, alegam os engenheiros.
Foi justamente na almofada da junta de dilatação que fez ceder o viaduto na Marginal Pinheiros, alerta a engenharia do IPT.
Já no viaduto Bresser, no Centro, é visível para quem passa na região por baixo. Tanto no viaduto Bresser, como na Av Alcântara Machado as juntas de dilatação por onde passam carros, ônibus cheios e caminhões sofrem desgastes constantemente.
Conforme a vistoria, os viadutos e pontes apresentam também desgastes no concreto que revestem as estruturas, como nas pontes da radial leste da Vila Matilde, Bresser e Tatuapé.
Outro cuidado fundamental, segundo os especialistas, é não deixar as pessoas ocuparem as partes inferiores das estruturas, como no viaduto Alcântara Machado, onde há barracos improvisados que podem causar incêndios.
Beatriz (25 anos), mãe de dois filhos, moradora de um dos barracos sob um dos viadutos, lamenta a situação dela, tão comum hoje para milhares da população, que perdeu emprego e mora embaixo de viadutos e que servem como abrigo.
Sonora 16 segundos - “Não tenho condições de pagar aluguel e nem nada. Eu tenho aqui pra mim, como se eu tivesse a minha moradia, é um local onde eu posso tomar meu banho e comer, né?. “
Vários incêndios em São Paulo, em pequenas comunidades que cresceram sob pontes e viadutos, causaram danos nas estruturas. Segundo os técnicos, “o fogo e a água são agentes extremamente agressivos''. Para evitar danos maiores. “Então, a melhor maneira de proteger essas estruturas é através de inspeção e manutenção periódicas”, acrescentou.
E não acontecem, entre uma gestão ou outra de Prefeitos na cidade, as manutenções, elas apenas ocorrem com tragédias, após grandes incêndios. Os acidentes como colisões seguidas de engavetamentos, quedas de veículos e pessoas, rachaduras e quedas de parte dessas pontes e viadutos, devido a muita infiltração de água.
As infiltrações de água da chuva ocorrem lentamente no aço dos pilares e na parte de baixo das vigas que formam o viaduto, a curto prazo, os riscos são mínimos, mas se não fizer manutenção, a longo prazo pode ter colapso da estrutura, afirmam os técnicos da ABNT.
Segundo a prefeitura de São Paulo, foram destinados R$ 234,8 milhões neste para o Programa de Recuperação de Pontes e Viadutos. Desde 2018, os trabalhos resultaram em vistorias de 245 locais, sendo 128 nas modalidades emergencial ou especial.
O que foi observado é que a Secretaria de Subprefeituras, com as subprefeituras de cada distrito, realiza zeladoria e limpeza. Mas não foi iniciado nenhum trabalho de manutenção sobre a retirada de raízes e recuperação de buracos, até o dia da vistoria em 06.04, nas pontes e viadutos na zona leste destacadas e relacionadas à jurisdição das subprefeituras da Mooca, Itaquera, Penha e Aricanduva.
Fonte: Prefeitura de São Paulo/ IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas - USP)/ ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Fotos: Márcia Brasil/ UOL/ Google/ IPT/ ABNT Reportagem: Márcia Brasil

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