Usuários de transporte público têm opinião dividida quanto aos ônibus elétricos em circulação
- forumfdc
- Apr 18, 2022
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Updated: May 20, 2022
A meta da Prefeitura de São Paulo é de 4,7 mil veículos até 2024, mas o programa é inferior à previsão de gestões anteriores, que prometeu 2,7 mil veículos.
Da atual frota, apenas 18 são de modelos modernos, alimentados por baterias recarregáveis. Os demais são trólebus, que se utilizam de linhas aéreas para obter energia.
Conforme um plano apresentado em 2020 pela SPTrans e aprovado pela gestão municipal, 2.620 veículos elétricos deveriam compor a frota que roda até o final de 2021. A adoção deste tipo de transporte impactaria diretamente no cumprimento das metas de redução de emissão de poluentes da prefeitura.
Especialistas do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e do Instituto Saúde e Sustentabilidade acreditam que falta transparência nesse processo da mudança da frota, e que isso aumenta a preocupação de que a cidade possa perder a chance de ter um sistema de transporte menos poluente.
O Instituto Saúde e Sustentabilidade diz que o tamanho da frota da prefeitura é uma oportunidade para obter descontos na compra de veículos elétricos, que reduz gastos com a utilização do diesel nos ônibus, sendo a maior fonte poluidora dos grandes centros urbanos, e isso traz custos bilionários para o sistema de saúde.
Para o instituto, essa é uma grande oportunidade da prefeitura ter uma frota maior de ônibus, porque ela dá uma vantagem comparativa na mesa de negociação com os fornecedores e se torna uma liderança no mundo, com uma frota de ônibus 100% limpa, numa cidade com ar muito mais respirável, de qualidade e com menos doenças afetando a sua população.
De acordo com o IDEC, conforme o cronograma de implantação dos ônibus elétricos na frota da capital por meio de um pedido via Lei de Acesso à Informação, a meta deveria ser ainda maior. Seriam 4.773 veículos entre 2019 e 2024. A pandemia atrasou o processo: a expectativa era a de que esse cronograma fosse atingido em 2028.
A COMFROTA-SP (Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas) diz que as compras devem ser realizadas agora, para alcançar o objetivo em 2024. No governo anterior, segundo o comitê, não foi realizada a compra no período oportuno, o que o fez descumprir a meta por quatro anos.
Segundo informações da Comfrota e da BYD Brasil, está no Brasil ônibus de fretamento 100% elétrico da chinesa Higer, e a tendência é que 2022 seja o ano da eletrificação no Brasil. A aposta se baseia nos projetos de eletrificação do transporte coletivo que vêm sendo implantados em vários municípios brasileiros Meta para São Paulo, polo econômico da América do Sul.
A expectativa para a COMFROTA é que o programa coordenado, pela recém-criada Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas, leve os projetos de proteção ambiental adiante.
A BYD Brasil venceu a licitação para fornecer os ônibus. De acordo com dados da fabricante, os veículos articulados têm 22 metros de comprimento. Feitos exclusivamente para essa operação, eles foram desenvolvidos pela área de engenharia da empresa no Brasil em parceria com a matriz, na China. Entre os destaques, podem transportar até 170 passageiros. O desenho da carroceria é exclusivo. Assim, traz traços futuristas, ônibus elétricos como modelos utilizados em operações de VLP (Veículo Leve sobre Pneus).
A SPTrans alega que 50% da frota de ônibus da capital paulista terá modelos de zero emissão de poluentes até 2027. Além disso, a outra metade deverá zerar as emissões até 2037. O projeto quer copiar outras cidades como a Linha Verde de São José dos Campos e do BRT (Bus Rapid Transit) no Rio de Janeiro, que funciona seguindo o padrão da proposta.
O ano de 2022 para especialistas deveria ter a frota dos ônibus elétricos no transporte de passageiros em São Paulo como nas outras regiões brasileiras, para muitos a capital estaria na frente das demais cidades do mundo.
De um lado, há meia dúzia de operadores auto sustentáveis, enquanto do outro, a maioria passa por dificuldades. Porém, mesmo que o serviço seja difícil para alguns usuários, o passageiro visa com a qualidade de vida e sustentável.
João que utiliza ônibus elétrico comentou que ainda é lento, trava o trânsito quando recebem a energia pelos cabos elétricos que saem com frequência. "Na verdade eu acho que os cabos elétricos dificultam muito a passagem dele, que fica bem limitado, mas o bom é que não polui o meio ambiente", completou.
Fonte: Diário dos Trilhos/ Idec /BYD Brasil/ SPTRANS Fotos: Márcia Brasil
Reportagem: Márcia Brasil

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