Registros de roubos em delegacia no Centro de SP dobram em janeiro deste ano

Em janeiro 2021, foram registradas 338 ocorrências do tipo no 3º DP Campos

Elísios, no Centro da capital paulista. Já no mesmo mês de 2022, foram 703 casos.

O Instituto Sou da Paz analisou a quantidade de roubos em todas as delegacias do estado de São Paulo nos meses de janeiro de 2021 e janeiro de 2022. A região central da capital paulista e a cidade de Praia Grande, no litoral, tiveram aumento nos números de registros desses crimes no período durante a pandemia de Covid.

Nesse levantamento, feito a partir de dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), não foi considerado o roubo a banco e o roubo de carga. As cinco delegacias com o maior aumento no número de registros de roubos no estado.

O 3º Distrito Policial (DP), no bairro de Campos Elíseos, no centro de São Paulo, foi a delegacia que teve maior aumento de registros de roubos, comparando janeiro deste ano com o mesmo período do ano passado. Foram 338 boletins de ocorrência em 2021 e 703 em 2022, o que representa 365 registros a mais.

Logo em seguida aparece o 2º DP de Praia Grande, com 44 boletins de ocorrência em janeiro no ano passado e 158 no mesmo período deste ano: 114 registros a mais.

Os outros três distritos com aumento de casos de roubos são da capital paulista e Praia Grande também. Vídeos e câmeras de segurança chegaram a gravar parte desses roubos. Eles mostram que os assaltantes atacam vítimas que, geralmente, estão caminhando nas ruas. No litoral, por exemplo, os bandidos agem em regiões próximas a casas de veraneio, onde há presença de turistas.

O Sou da Paz também tabulou as cinco delegacias que tiveram queda no registro de roubos comparando janeiro de 2022 com o mesmo período de 2021:

Apesar de o levantamento indicar queda nos registros de roubos em delegacias da capital, Diadema, São Bernardo e Osasco, outras cidades da região metropolitana, pessoas ouvidas pela reportagem disseram que a sensação de insegurança continua.

"Eu estava indo trabalhar às 7h quando fui assaltada", disse a auxiliar administrativo Karen de Santana Soares Santos.

"Falta investimento no policiamento", afirmou a administradora Zilma dos Santos. Sou da Paz

Para Leonardo Carvalho, pesquisador do Instituto Sou da Paz, a flexibilização das medidas de saúde durante a pandemia de Covid fez com que mais pessoas passassem a circular nas cidades e, em razão disso, os bandidos passaram a agir mais.

"Se a gente lembrar que a vacinação começou em 17 de janeiro [de 2021], a gente destaca que a circulação de pessoas estava muito atípica por conta do isolamento social. Isso afetou sobretudo áreas de grande circulação, áreas centrais da cidade e também municípios turísticos, sobretudo aqueles com praias porque há uma grande população flutuante em janeiro e fevereiro [nesses locais]", falou Leonardo.

"Essa mudança na dinâmica social impactou todas as áreas. Esse é o primeiro ponto que a gente precisa ressaltar quando vai analisar esses dados. Os dados de 2022 estão muito mais próximos, por exemplo, da realidade de 2019, ou seja o período pré-Covid", disse o pesquisador.

De acordo com Leonardo, além do policiamento, outros fatores podem contribuir para a redução dos roubos, como "monitoramento por câmeras".

Secretaria da Segurança Pública

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que "todos os

indicadores de crimes patrimoniais caíram na capital" se comparar 2021 com 2019.

Fonte: Instituto Sou da Paz

Fotos: Instituto Sou da Paz/ R7/ Band News / Secretaria da Segurança Pública